Relatório de erros

Senhora Narradora dessas histórias, dos olhares perdidos que repousam nessas palavras e Dona, sobretudo, Protagonista que não consegue se retirar do foco, mesmo quando não mira nem vê a si. Onde estão as cartas prometidas que se acumulam dentro de ti, fazendo deste estômago nada além de um arquivo morto, que nada mais processa além de dadinhos de brinquedo? As informações nas quais trabalhavas podem ter sido perdidas, embora haja os que acreditem que podem recuperá-las pra ti. Não esperes por isso assim de pés atados, querida. Pra quê esperas tanto aí dependurada? Qual é tua próxima pirueta na dança dos enforcados? Os enforcados contêm a forca e não a força. Por que não perdes de vez as tuas perdas, ao invés de guardá-las todas em sucessivos, excessivos e enfadonhos relatórios de erros? Deves, dona, rodar de olhos fechados e sem câmera na mão, pois agora estás só e não tens público nesta janela que é teu cativeiro. Esqueces este medo de parecer inchada, pois padeces desse aparecer. Desistes dessa localidade toda e te expande, moça, pois tu és grande. Grande como não são as mocinhas e forte como não estão os sufocados. Agora são vinte e quatro e já não cabes mais neste dia correto.