Tenho insônias diárias desde que aterrissei. Penso ser essa a única prova de que estive fora, pois é tudo tão o mesmo e estão todos tão iguais que durante o dia, enquanto tenho sono, penso em tudo aquilo como quem sabe com o que sonhou, mas já não se lembra de nada. Só nessas insônias que me lembro de tudo e penso especialmente em mim mesma como outra. Sou outra que não ela, já sei. Volto aos pequenos frascos de parágrafos como quem não pode se expandir no espaço, se demorar na conversa, se estender no discurso. À parte disso, este estado penosamente lúcido de estar acordada me alonga madrugada a fora.